quarta-feira, 1 de maio de 2013

Poemas de Antero de Quental


Antero de Quental ele revive o estilo de poema em sonetos, pois os sonetos eram propícios ao raciocínio logico , tendo começo , meio e fim e não porque era um modelo greco-romano visto no classicismo. Este poema apresenta versos decassílabos mas ele não busca mais a perfeição e a rigorosidade que buscava nos sonetos do classicismo, possui uma certa liberdade na estrutura dos poemas. Vejamos a seguir alguns exemplos:


Hino à Razão - Antero de Quental        


Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti submissa.

Por ti é que a poeira movediça
De astros, sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.

Por ti, na arena trágica, as nações
buscam a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e cismam, mudos,

Por ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!

http://www.citador.pt/poemas/hino-a-razao-antero-de-quental


Este poema ele faz uma homenagem a razão , ele fala que tudo que existe se deve a ela na primeira estrofe podemos analisar o uso de palavras contraditórias a razão como Amor, prece, e coração o uso da palavra prece no poema se refere a religiosidade e ela é contra a razão , o objetivismo e o amor e o coração é algo muito sentimental no qual você não usa a razão e sim os sentimentos então neste caso a razão aqui é muito mais emocional e divina. Na terceira estrofe o poeta tem uma postura muito politica , o poema possui anáforas como Por ti , e os versos possuem rimas como movediça e viça, justiça e submissa e etc. nesse poema o Antero está em um momento mais otimista podemos perceber em seu poema.


O Convertido - Antero de Quental
         

Entre os filhos dum século maldito
Tomei também lugar na ímpia mesa,
Onde, sob o folgar, geme a tristeza
Duma ânsia impotente de infinito.

Como os outros, cuspi no altar avito
Um rir feito de fel e de impureza...
Mas um dia abalou-se-me a firmeza,
Deu-me um rebate o coração contrito!

Erma, cheia de tédio e de quebranto,
Rompendo os diques ao represo pranto,
Virou-se para Deus minha alma triste!

Amortalhei na Fé o pensamento,
E achei a paz na inércia e esquecimento...
Só me falta saber se Deus existe!


http://www.citador.pt/poemas/o-convertido-antero-de-quental

Este poema ao contrário do Hino a razão ele é mais pessimista , ele fala de uma conversão que não tem uma entrega total e  que ele está confuso. Na primeira estrofe ele se refere ao cotidiano e fala sobre o materialismo uma postura de engajamento social muito forte na sua época. Na segunda estrofe ele começa a fazer uma reflexão sobre o que ele acreditava e é até contra a religião quando ele fala "cuspi no altar avito".
Na terceira estrofe podemos ver como ele demonstra  o momento triste, pessimista em que está e que os pensamento foi amortalhados pela fé de um modo não positivo e sim negativo dá fé.



Postado por Munique Kafica

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